Para mim, a fase dos 4 tem sido a fase da independência. Embora Pissuca sempre tenha tido esse lado "eu-sei-fazer-sozinha" muitíssimo apurado (forte influência, a meu ver, do método montessoriano), foi nesse ano que eu realmente me senti segura com "ela-fazendo-sozinha".
Independência prática mesmo tipo: tomar banho, lavar o cabelo, se vestir e se calçar sozinha, escovar os dentes, se limpar na hora das necessidades fisiológicas, pentear o cabelo, dentre outras coisas... Todas elas, ela já começou a fazer "sozinha" aos 3 anos, mas era aquele "sozinha-supervisionado" e muitas vezes "sozinha-terminado-por-mamãe"... agora não... agora digamos que seja um "sozinha-checado" só no final e só de vez em quando.
Hoje já posso dizer que ela dorme sozinha meeesmo.. no total sentido da palavra sozinha. Antes ela ainda dava umas escapolidelas pra nossa cama de madrugada, agora não faz mais isso não... há... o xixi também não escapole mais.
E maaaais.... ela já fica sozinha nos parquinhos de shopping (já que o limite mínimo é 4 anos) e então mamãe aqui também pode bater perna sozinha pelas lojas desse mesmo shopping.
Nesse ponto, devo abrir um parênteses para um trechinho para a série "SER MÃE no 147º mês É... alcançar a total independência materna!". Sim... amigas... a minha independência... a independência da mãe... resultado, claro, da independência dela (#fato).
E tenho comprovações: pela primeira vez, esse ano (mês passado, mais precisamente) consegui finalmente, viajar a trabalho sem levá-la no cangote. Vejam que meu primeiro sinal de efetiva retomada da vida profissional foi quando pude novamente viajar a trabalho (mas levando ela comigo, relato aqui). Agora sim... 4 anos e alguns meses depois posso dizer que conquistei a total independência materna: viajei a trabalho sozinha.
Ela sentiu.... claro! Eu senti... mais ainda! Mas foi natural.... e vejam minha gente... ela sobreviveu... e eu também!
Começo agora uma nova fase de minha vida de mãe!
Mas então.... voltando ao assunto ...
Além da independência prática, o chip dessa fase veio também com uma nova característica. Como comentei no post anterior, ela agora já tem a noção do que é certo e do que é errado e... tendo essa noção... a onda agora é querer me dar a volta...
Elegi os 4 anos como a fase em que ela acha que é malandra, entende?A fase do "Não Fui Eu" (na falta de um irmão...Héctor -nosso bulldog- que o diga) e do "Mas mamãe" ...
Nesse momento teve que rolar uma DR... na primeira mentirinha que D.Pissuca mandou (bobinha mesmo... para esconder uma coisa que tinha feito de errado), já catei ela num canto e conversei sem brigar (naquela idéia de combinar as regras do jogo).
Sempre disse a ela que quem fala a verdade não merece castigo, mas dessa vez quis conversar seriamente sobre isso, ressaltando que ela pode me dizer tudo sobre qualquer coisa, reforçando (realmente acredito) que quem fala a verdade não merece castigo, mas deixando claro para ela que se ela tiver feito algo de errado, a mamãe sempre vai chamar a atenção dela para que ela saiba que aquilo é errado.
Naquele instante pensei: se ela já sabe mentir... isso quer dizer que já sabe o que é certo e o que é errado então... está na hora de conversar mais sério e mais profundamente sobre alguns valores com ela.
Então continuei a DR dizendo a ela que o mais importante de tudo aquilo é que ela soubesse que toda ação da gente tem uma consequência (claro que tive que explicar pra ela o que era consequência).
Se a gente faz coisas boas, temos consequências boas e se fazemos coisas ruins, temos consequências ruins e isso vale para quando fazemos coisas que sabemos que são erradas, para quando mentimos, para quando tratamos mal as pessoas assim como vale também para quando fazemos as coisas certas, falamos a verdade e tratamos bem as pessoas.
Ela me pareceu entender... e sempre que tenho oportunidade, lembro a ela dizendo: "Filha... lembra que tudo que fazemos tem consequência???" E ela complementa "se fazemos coisas ruins temos consequências ruins e se fazemos coisas boas temos consequências boas".
Mas será que ela realmente absorveu? Será que não foi muito cedo para uma conversa assim? Tipo... palavras ao vento que entram por um ouvido e saem pelo outro e que depois ela só repete que nem papagaio?
Por que será que a gente nunca sabe se está fazendo a coisa certa na educação dos filhos? Heim? Heim? Heim?
Ilustração: Júlia Parente |