18 de maio de 2011

Mãe-molenga #soudessas


Então que eu fui levar minha mãe na emergência de ortopedia, que ficava do lado da ortopedia pediátrica....
E então que chega uma menininha mais ou menos da idade da Júlia com o bracinho quebrado e chorando muito e gritando “Mamãaaae.... tá doendo... tá doendo muito.... mamãaaae”.....
E daí que a mãe aqui começou a baixaria: comecei a me imaginar na situação, com minha Pissuca chorando de dor, me chamando e eu sem nada poder fazer..
E aí que a mãe-molenga começou a passar mal. Sério! Juro! Sensação de desmaio, vista turva, vontade de vomitar.... senti todo o sangue do rosto indo pra não sei onde.
Foi quando veio uma enfermeira e me fez abaixar a cabeça e forçar para cima, me deu um copo de água e (graças a Deus) me tirou dali.
Então melhorei... e mergulhei numa reflexão mais profunda que o mais fundo dos oceanos: cara, depois que a gente é mãe, realmente fica total e absolutamente #molenga, mole, fraca, prestando-pra-nada. Antes eu não me abalava com essas coisas... episódios como o de hoje, possivelmente passariam totalmente em branco e hoje, de repente, lá estava euzinha passando mal (de verdade) apenas por ver uma menininha chorando de dor.

Não que eu já não tivesse chegado a essa conclusão antes.... Em vários momentos o letreiro #maemolenga piscou frenéticamente na minha testa.
A ficha começou a cair naquele caso monstruoso da Isabella Nardoni (registro O caso Isabella transcrito abaixo), e ficou evidente nas situações do dia a dia como nos fatídicos dias de vacina ou quando, pela primeira vez, Pissuca se machucou … machucadinho de nada.. nadica mesmo... mas que me deixou absolutamente em pânico. Situação ilária se não fosse “trágica”, pelo-menos-pra-mim (registro Primeiro machucado (com sangue) da Pissuca abaixo).

De lá para cá foram muitos roxos, arranhões e cabeçadas (tem até uma foto dela com 3 roxos equidistantemente distribuídos na testa … rs... tinha que registrar), mas ontem uma visão aterrorizante se passou por minha mente. Jesus, se acontece algo realmente grave com Pissuca (que Deus do céu e seu anjo da guarda - que até hoje não me decepcionou - não permitam), como eu vou reagir?
Será que eu vou ter o tal sangue-frio necessário para dar tranquilidade pra ela mesmo que eu não possa fazer nada para melhorar? Será???? Aquela sensação do dia da vacina de que na hora do pega-pra-capá a Mãe corajosa-e-absoluta fala mais alto... hoje.... bem... sei mais não!

Tá! Tá bom, estou sofrendo por antecedência... sou bem dessas também... fazer o quê?!
Medaaaaaaaaaaaaa!!!!!!!!!!



*** Texto registrado em 26/03/10 - Pissuca com 1 ano e 4 meses - O caso Isabella ***

Quando aconteceu essa brutalidade eu tinha acabado de saber que estava grávida. Com certeza aquilo me chocou, mas não sei dizer se me chocaria da mesma forma se eu não estivesse grávida (pois foi algo que é impossível que nao cause indignação em qualquer que seja) mas posso dizer que hoje, mãe, meus sentimentos com relação a essa história terrível são outros, sao diferentes dos sentimentos que tive quando estava apenas ("apenas"?) gravida (aliás, logo depois que a Julia nasceu eu já percebi que meus sentimentos com relação a qualquer coisa que aconteça com crianças havia mudado definitivamente). Confesso que até exclui Isabella da lista de prováveis nomes com medo de ficar sempre me lembrando do acontecido (sei sei que é besteira, mas... toda mãe-grávida é besta mesmo!)


Enfim, com a história toda voltando a tona agora com o julgamento do pai e madrasta, percebo que eu, na situação de mãe (não mais de grávida), o meu sentimento mudou. Na época me lembro que o fato do pai tê-la supostamente (mas agora confirmadamente) jogado pela janela foi o que me indignou. Hoje, não digo mais que é indignação, acho que o sentimento agora é mais de penalização. Sinto-me penalizada com o que aconteceu com essa menininha. O fato de o pai tê-la jogado já não pesa tanto nos meus pensamentos. O que me abala mesmo agora é pensar no que essa bichinha passou. Além da dor das agressões físicas, imagina ela ali vendo o próprio pai prestes a jogá-la da janela? Alguém que a devia proteger e cuidar? Quem ela amava? Tudo bem que dizem que ela estava inconsciente, ok... mas e o antes? E antes dela perder a consciência?

E tem o lado da mãe que na época eu me sensibilizei sim, claro, mas hoje quase que me chega a doer fisicamente no coração imaginar a dor que ela sentiu (e sente! e.. faltalmente... sentirá por toda a vida). Vejo minha filhinha quando qualquer coisa a aflige ela logo chama mamãe.. a Isabella deve ter pensando na mãe dela também... e fico imaginando o que essa mãe deve ter passado imaginando que sua filhinha deve ter chamado por seu nome naquele momento terrível e ela não estava lá e não podia ter feito nada. Acho que o pior depoimento que li da mãe foi ela dizendo (no tribunal) que quando ela chegou no local e colocou a mão no coraçãozinho dela, estava batendo acelerado. Nossa, só de reescrever isso o meu coração já acelerou...imagina o medo, a dor, tudo que estaria acontecendo com aquele corpinho e aquela alminha de anjo naquele momento terrível?

Minha vontade agora é de pegar minha Pissuca no colo, apertá-la muito muito e tudo que eu queria era poder garantir a ela que eu não deixaria nada, nada, nada de ruim acontecer com ela (seja o que for, de qualquer gravidade), mas infelizmente, meu Deus, não posso (assim como a mãe de Isabela não o pôde). Então, só me resta rezar e pedir muito a Deus que proteja minha pequenininha e a livre de todo o mal! Amém!



*** Texto registrado em 05/04/10 - Pissuca com 1 ano e 4 meses - Primeiro machucado (com sangue) da Pissuca ***


Mal escrevi sobre a "encagaçada mãe molenga" aqui na hora das vacinas e ontem aconteceu algo que eu sabia que um dia ia acontecer (ainda mais sendo ela desse jeito espoleta de ser).. minha Pissuca caiu e se machucou (com saaaangue!). Ai ai ai... desespero total, mae tremendo, quase chorando porque Pissuca caiu de boca e cortou os lábios... sangue jorrando! aff. Ainda não tinha visto sangue saindo da minha bebezinha ... e ela vindo correndo de bracinhos abertos, chorando, gritando mamaaaaaeeee na minha direção, e a blusinha já manchada de sangue... ai... quase mata mamae de dor no coração. E mãe encagaçada quase nao conseguiu pegá-la no colo no momento da sangüeira . Papai que veio, pegou e mamae correu pra pegar gelo, tremendo, sem pernas e totalmente em pânico. O Anderson olhava pra mim como dizendo: "calma, vc está assustando ainda mais a menina!"... tá.. concordo vai! mas como nao entrar em panico com aquela sangueira toda?


Pior... caiu porque mamae foi pra cozinha e ela veio correndo atrás... (sim, porque ela nao anda mais... só corre né?!). Culpa culpa culpa. Ai tadinha... ela pegava minha mão e colocava na boca dela como pedindo "tira mamãe, tira esse negócio que está doendo da minha boquinha". Ai Deus! Impotência... Mas aí, depois que estancamos o sangue ela deitou a cabecinha no meu peito e "descansou"... aí pude me sentir a mãe protetora de sempre e não a mãe "de pernas moles e tremendo" na hora que viu sua bebezinha tão machucadinha.

Depois que passou e ela já estava rindo e brincando com a nenen dela (uns 20 minutinhos depois, diga-se de passagem!) fiquei pensando: gente... foi só um cortezinho na boca.. nada demais, graças a Deus. Outros machucados virão, é certo (ainda mais arteira do jeito que ela é... a contar pela quantidade de vezes que ficou de testa roxa de tanto cair de cabeça no chão.. - mas.. não tinha sangue... ), daí só me resta começar a esfriar sim o meu sangue... esperando esses momentos.. para que eu possa ter o sangue frio suficiente (sangue de novo.. mas que assunto recorrente!) na hora pra passar remedinho e não assustá-la mais ainda. E taí mais uma atribuição de mãe, que não ensinam pra gente, mas deveria constar do currículo de qualquer mãe: primeiros socorros com pós-graduação em sangue-frio (ai... essa palavra de novo! Espero não ter ficado traumatizada! :0 ) .

#soudessas

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